LÁBIOS INCENDIÁRIOS

Um cambaleante transitando por calçadas insensatas;

Aventureiro a esmo em meio às matas, navegador sem norte;

Jogador desdenhador da sorte, um palco de cantatas;

Menino chutador de latas, um âmago frágil de ego forte!

Um acrobata sustentado pela leveza do ar;

Folha verde a plainar além das copas do fascínio;

A mão que cumprimenta o destino, o dia na noite a estacionar;

O show que não pode parar, a lei que rasga o pergaminho!

Um cão feliz após achar seu lar devido ao cheiro;

Um suntuoso veleiro, rasgando o mar da euforia;

Um átomo vagando em meio à ventania, igual feliz herdeiro;

Um mito verdadeiro, a própria face do exagero sem alegoria!

Eu sou a majestade dos singelos afortunados;

Pertenço ao sindicato dos apaixonados, sou a cartada que valeu;

Porque a sorte me elegeu, senti o gosto de teus lábios;

Ganhei a nata dos prazeres incendiários, ganhei um beijo teu!

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