Bilhetinho
E depois que o silencio
meu quarto abandonou
a cama se tornou pequena
e em gangorra se transformou
minhas pernas em teu pescoço
colar da sedução...
tua respiração em minha nuca
meus cabelos em tua mão...
te sentindo em minhas costas
perco a razão.
meu ventre contraido
trêmulo, pervertido
pelo véu do teu suor revestido
se transforma em altar
e nesse entrelace de olhares
te convido a me desvendar
e cada porozinho
te pego a estudar...
e até as minhas rugas
marcas do tempo vivido
devoras avidamente
feito fruto proibido...
e no momento que tua fonte explode ,
sincronismo na respiração,
cada canto de meus vales e montes
exploras com paixão
e nesse encaixe perfeito,
nossos cheiros pelo ar!
Pedacinhos do nosso amor,
no lençol ganham lugar
momento celestial!
Nada mau...
E na bandeja que na cama me traz
há mais que flores, vinho e o delicioso jantar
tem um bilhetinho malicioso:
"podemos recomeçar?"
E quem se importa que esfrie o jantar?
vamos lá
o vinho também pode esperar...
a prioridade é te degustar
e mais de nós mesclar!
Nem pensar, em teu convite recusar...