Bilhetinho

E depois que o silencio

meu quarto abandonou

a cama se tornou pequena

e em gangorra se transformou

minhas pernas em teu pescoço

colar da sedução...

tua respiração em minha nuca

meus cabelos em tua mão...

te sentindo em minhas costas

perco a razão.

meu ventre contraido

trêmulo, pervertido

pelo véu do teu suor revestido

se transforma em altar

e nesse entrelace de olhares

te convido a me desvendar

e cada porozinho

te pego a estudar...

e até as minhas rugas

marcas do tempo vivido

devoras avidamente

feito fruto proibido...

e no momento que tua fonte explode ,

sincronismo na respiração,

cada canto de meus vales e montes

exploras com paixão

e nesse encaixe perfeito,

nossos cheiros pelo ar!

Pedacinhos do nosso amor,

no lençol ganham lugar

momento celestial!

Nada mau...

E na bandeja que na cama me traz

há mais que flores, vinho e o delicioso jantar

tem um bilhetinho malicioso:

"podemos recomeçar?"

E quem se importa que esfrie o jantar?

vamos lá

o vinho também pode esperar...

a prioridade é te degustar

e mais de nós mesclar!

Nem pensar, em teu convite recusar...

Má Oliveira
Enviado por Má Oliveira em 02/03/2010
Código do texto: T2115715
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