E Eu… (II) - Fim...(?)
Percorro duma forma incessante
Os palcos do mundo
Do universo
Onde desempenho sempre o meu papel
Na minha peça existencial
Que tem contudo alguém que tem um papel de destaque
Um papel principal
Esse alguém És Tu
Porque no guião e na prática
És por demais Especial
E nunca chego ao fim duma actuação
Nunca digo as palavras certas
Que vão arrebatar a plateia
Encher de júbilo o seu coração
Retiro-me sempre antes de correr o pano
Desta actuação existencial
E corro para outro lugar
Outro palco
Mas tenho a assustadora impressão
Que tudo é demasiado igual
Fazendo em terras de paz
As minhas
As vossas
Lutas desnecessárias
Pelo absurdo de lutar
Por uma tranquilidade
Que é minha
Mas que não sei bem onde está
E que me garantirá uma espécie de eternidade
Sendo que a única coisa certa em mim
É o amor que sinto
Por aquilo que estimo
Num dédalo imprevisto
De destinos
Que se cruzam e descruzam
Fazendo-me duvidar de tudo
Inclusive duma das poucas certezas apodícticas
Aquilo de saber
Que estás comigo
Por muitas mágoas que se entreponham entre nós
Há mais de 1000 anos jurei em Ti nunca perder a Fé
E Eu amo-te
Da forma como és…