E Eu… (II) - Fim...(?)

Percorro duma forma incessante

Os palcos do mundo

Do universo

Onde desempenho sempre o meu papel

Na minha peça existencial

Que tem contudo alguém que tem um papel de destaque

Um papel principal

Esse alguém És Tu

Porque no guião e na prática

És por demais Especial

E nunca chego ao fim duma actuação

Nunca digo as palavras certas

Que vão arrebatar a plateia

Encher de júbilo o seu coração

Retiro-me sempre antes de correr o pano

Desta actuação existencial

E corro para outro lugar

Outro palco

Mas tenho a assustadora impressão

Que tudo é demasiado igual

Fazendo em terras de paz

As minhas

As vossas

Lutas desnecessárias

Pelo absurdo de lutar

Por uma tranquilidade

Que é minha

Mas que não sei bem onde está

E que me garantirá uma espécie de eternidade

Sendo que a única coisa certa em mim

É o amor que sinto

Por aquilo que estimo

Num dédalo imprevisto

De destinos

Que se cruzam e descruzam

Fazendo-me duvidar de tudo

Inclusive duma das poucas certezas apodícticas

Aquilo de saber

Que estás comigo

Por muitas mágoas que se entreponham entre nós

Há mais de 1000 anos jurei em Ti nunca perder a Fé

E Eu amo-te

Da forma como és…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 02/03/2010
Código do texto: T2115315
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