Amor...
O amor é como veneno
Que enfeitiça os olhos da alma
A estar cego e não sentir mais vazios
E juntar-se a outra solidão...
É um abandono desvairado...
Que brinda o calor das manhãs
E que sozinho não importa-se assim
Pois que caminha e finge-se ator
Pois que entrega-se à força e ao calor
Ó noite estrelada, ó lua calada!
Todo silêncio é seu alvorecer...
E nos éolos ruflos do pensamento
Grita e voa, num ruflar feliz sem a si se saber
Que desejo é esse que toma a vida?
Que loucura é essa que envaidece o ser?
É algo como morrer-se um pouquinho?
É tal qual perder em qualquer caminho?
Eia um brinde ao vinho do amor...
Eia um brinde ao beijo roubado
Eia um brinde ao assim impensado, sem medo ou pudor
Eia!
Só isso e tua mão, querida...
De que vale tanto a razão da vida?
Só o teu Sol, só os teus lábios exalando a flor
E eu te darei o mais doce veneno, a ternura do amor...