BAILARINAS MORTAS
Bastaria estar em casa
O chão ser de taco
E a mente tão ausenta quanto o riso
Bastaria ser velho
Ter os seus dedos enrrugados pelos momenros que se firam
Bastaria olhar sem foco
Sentado na janela mais alta e mais esscondida do seu refúgio
Bastaria não ligar
Não se barbear
Não sentir fome
Bastaria estar conciente inconcientemente
E ser em seu ascento o seu maior inimigo
Bastaria olhar para o teto já velho e esburacado
e ver constelações e planetas ainda nem descobertos.
Bastaria ter seus movimentos leves!
Orquestadros por notas musicais sopradas ao seu ouvido pleo firme chão de taco.
E então restaria as sapatilhas aprumadas na areia,
E a bela imagem ao fundo da sua retina
Como num quadro pintado à mão,
Que não se vai com o tempo, ou o lamento
E ter essa vontade de ir além que o mantém corado já não bastaria.
Sem mais resistir sentirá com sues pés
Descalços no chão o vibrar de um espetáculo,
Ressoando a respiração de uma vida.