AMAR-TE
Amar-te foi pra mim um tal descanso
Atroz às vãs tristezas que o infortúnio
Esquece no sossego em que me lanço
No despojar de um calmo plenilúnio
Amar-te foi pra mim este sorriso
Que desenhava a aurora num segundo
Em flores, prismas, cores, num aviso
Dizendo ser o eclipse do meu mundo
Amar-te em que me cansa o reiterar-se
Em que florescem relvas num voejo
Nas asas da beleza de entregar-se
Ao néctar qual jactante deste ensejo
Que etéreo eterniza o eflúvio doce
Do ébrio estar a amar-te em tal desejo...