Discordâncias

Por motivos triviais,

Discordâncias naturais,

Novamente nós brigamos;

E uma vez consumado

Para este gesto impensado

Mil razões nós procuramos.

E como sempre acontece

Não é só um que padece,

Pois a saudade s'inflama;

E sentará, com certeza,

O silêncio junto à mesa

E a distância em nossa cama.

Somando perdas sem ganho,

Viveremos como estranhos,

Negando reconhecer

Que nós dois somos culpados,

Nosso orgulho é infundado:

Sem perdão não há querer.

E as crianças caprichosas

Trocando espinhos por rosas,

Celebram co'um beijo a paz,

E esse briga de rotina

Revela quando termina

Que inda nos queremos mais.

Jorge Moraes - Livro: Acalantos

Jorge Moraes
Enviado por Jorge Moraes em 01/03/2010
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