Canção de amor
Canta nos ecos do que escrevo, a menina,
mãos em oração diante do único santo que retém toda atenção,
sobre a mesa faz-se oferta, na sutileza que foram os sons,
postos de qualquer maneira nos atos sóbrios de suas mãos.
Canta menina na voz que lhe resta,
o sonho da criança até então adormecida,
canta os encantos da vida que no início do caminho
apenas as sementes lhe entregam na germinação do dia-a-dia.
Canta no encanto dos que amam na cegueira do coração,
vendo o mundo em acordes de sol,
entrega-se na única via dos que amando reconhecem o caminho,
que certo os levará à total e absoluta sublimação.
E canta seu canto de vida, de luz, de encanto,
no novo amor, como alma sonhada que seu corpo recebe,
no pó que levantaram seus pés pela estrada onde não mais só,
é amor no canto único da vida que em si mesma concebe.
Canta e ouvem-se sua voz pelos quatro lados da Terra,
é a canção que alimenta, purifica, enaltece,
é o canto gritando pela vida
que recebe a alma nos braços ternos do amor.
05/07/2006