E Eu Bebo…(I)
Sorvo goladas compulsivas
Da Grande Taça da Vida
Como se tudo se fosse esgotar amanhã
Eu bebo porque gosto
De andar pouco sóbrio
E eternamente embriagado
Bebo para ter a ilusão real
De que estás
Aqui
Agora
A meu Lado…
De noite
Mas também de dia
Eu bebo
Quer para dissipar a solidão
Quer para suportar
Qualquer tipo de companhia…
Por amor
Por falta de dor
Por dor
Por falta de amor
Bebo disfuncionalmente
E sem lógica
Ou duma forma demasiado racional
Confundindo os sentidos
E achando o prazer
A quem acha
Que beber
Me faz mal…
Porque sonho em demasia
Porque misturo os sonhos
Com uma realidade
Não sabendo por vezes discernir
Se és uma ilusão
Ou tocante companhia
E assim bebo
Para me lembrar
De que não posso esquecer
Aquilo que és
E que por vezes
Faz doer
Bebo
Porque sim
Porque não
Bebo
Ou com motivo nenhum
Ou com demasiada razão…
E Eu Bebo…