o papel úmido
O papel úmido do tempo
Esquecido em antiga gaveta
Sobreviveu a espera do encontro
Em sentir pousá-lo a ponta da caneta
Beijaram-se apaixonados conduzidos pela Mao
Que conduzia o formatar de palavras soltas ao vento
As núpcias do papel e da caneta
Fazem nascer a expressão do sentimento.
E despedem-se deixando registrado o fruto
De sua união rápida e envolvente
A caneta, voluptuosa, vai escrever em outros papeis
Pobre papel, apaixonado e escrito
É poesia de amor ou papel somente