o papel úmido

O papel úmido do tempo

Esquecido em antiga gaveta

Sobreviveu a espera do encontro

Em sentir pousá-lo a ponta da caneta

Beijaram-se apaixonados conduzidos pela Mao

Que conduzia o formatar de palavras soltas ao vento

As núpcias do papel e da caneta

Fazem nascer a expressão do sentimento.

E despedem-se deixando registrado o fruto

De sua união rápida e envolvente

A caneta, voluptuosa, vai escrever em outros papeis

Pobre papel, apaixonado e escrito

É poesia de amor ou papel somente

Lídia Maria
Enviado por Lídia Maria em 28/02/2010
Código do texto: T2111470