JAGUNÇO DO DESTINO
Por que me embalo nessa rede a noite inteira
Com o olhar e o pensamento distante
Mas não consigo dormir?
Por que já bebi tanta água fria
E, no entanto, na minha alma vazia,
Uma sede não para de aumentar?
Por que essa noite é tão longa
Sem você aqui?
Por que essa febre me queima a face
E não há quinina que cure?
É como se minha alma cativa precisando de outra
Deixasse sem medo o meu corpo na noite escura
E liberta, por opção, fosse à sua procura da sua!
Por que toda a minha vontade
É estar sempre ao seu inteiro dispor?
Será que isso é paixão ou pura fantasia?
Trago os olhos tristonhos, o corpo cansado,
E uma grande melancolia.
Será que é apenas paixão essa imensa dor,
Esse espinho, essa chaga, esse torpor?
Ou já é o prenúncio Divino:
Obra de um jagunço do destino
Esse moleque mimado chamado amor!