Mande em mim
Antes do fim da inocência
Afigura de um louro de olhos azuis
Jazia em sua carteira
Durante a madrugada
Foi encontrada a foto de uma modelo
Que desfilava para o nada
Na gaveta do meu criado-mudo
Diante do fogo materno do entardecer
A impotência foi celebrada
E ao invés de nos empurrarmos
Puxamos nossos rabos e chifres
O brilho do fogo que deformava
Rostos desconhecidos e odiados
Agora se parecia muito
Com o que deslizava em nossos olhos.