Lágrimas da Lua
As minhas lágrimas
São tuas, eu dou-te
Não para alimentar tristezas
Mas como prova de amor
Toma conta delas
Como se me embalasses
Nos teus braços
Como se fossem sonhos queridos
As minhas lágrimas
Devolvo-tas com carinho
Talvez um mimo de ternura
Assim levas o meu sentimento
Para quem sabe fecundar no teu peito
Criar raízes e crescer
As minhas lágrimas
São pequenas lagoas
Azuis de esperança
Rosas de nostalgia
Lilases de fantasia
Repletas de pequenas coisas
De todas aquelas que me inundam
Com as quais te preencheria
Se estivesse ao meu lado
As minhas lágrimas
São eternas de vida
Sentidas de emoções
Soberbas de luz
Porque mesmo na dor
Desejo que sejas feliz
As minhas lágrimas
Curam as tuas feridas
Talvez por isso elas escorram
Pela minha face
Para sarar com rapidez
Tudo o que te aflige
Para que possas voar
Pela minha praia
Na qual te espero
As minhas lágrimas
São fragmentos da minha força
Não as detenho, nem escondo
Elas ajudam-me a recomeçar
A olhar o sol e vê-lo brilhar
A perceber que valerá sempre a pena
Acreditar em algo
Continuar a ser a crisálida
Que deseja transformar-se em borboleta
Para um dia percorrer a mais alta montanha
E perceber que valeu a pena crescer
As minhas lágrimas
São as de uma guerreira
Que luta contra o silêncio
Escrevendo triliões de palavras
Que embateu no vazio
Que dói de sobremaneira
Mas me mantém de pé
Alimentando povoações distantes
Mostrando que existe luz
Para quem quer a paz
As minhas lágrimas
São as tuas
Cascatas de uma eternidade
Que podem não ser belas
Mas transportam belos sentires
Porque condenadas à solidão esperam
Outras lágrimas
Quem sabe as de Felicidade
Por um dia desaparecerem
Dos meus olhos
E eles apenas sorrirem
Ao encontrarem os teus