SANTA CARNE

Com o manto quente de minha pele

cobrirei teu corpo

De tal forma,

que nada mais sobreviverá entre nossas carnes,

senão o desejo

E como num estranho ritual

de vida e morte,

nos embrenharemos na selva mais intocada de nossos pêlos

Onde ardendo em febre,

beberemos desesperadamente na boca,

um do outro,

a mais profana e santa de todas as seivas,

extraída do fundo d'alma da própria paixão

E com a qual

entre sangue, fogo e delírios,

são ungidos,

todos os amantes

Marcelo Roque
Enviado por Marcelo Roque em 26/02/2010
Reeditado em 23/08/2011
Código do texto: T2109606