SANTA CARNE
Com o manto quente de minha pele
cobrirei teu corpo
De tal forma,
que nada mais sobreviverá entre nossas carnes,
senão o desejo
E como num estranho ritual
de vida e morte,
nos embrenharemos na selva mais intocada de nossos pêlos
Onde ardendo em febre,
beberemos desesperadamente na boca,
um do outro,
a mais profana e santa de todas as seivas,
extraída do fundo d'alma da própria paixão
E com a qual
entre sangue, fogo e delírios,
são ungidos,
todos os amantes