Covardia

Quem dera eu poder descrever esse meu sentimento,

que inunda-me o peito e, de tão grande tão intenso,

desloca-me, fazendo com que eu me perca nas horas,

que retira-me a força e deixa-me ausente de vontades.

Contra-argumentando os fatos do meu íntimo monólogo,

pretendia eu, agir de acordo com as faculdades da razão,

para assim ter a certeza de que ainda é cedo, que sou capaz,

que ainda dá tempo de convencer do contrário meu coração.

Mas o tempo é tão relativo frente ao que chamamos de amor,

quando o que esta em jogo é sentir o teu cheiro, teus cabelos

tua respiração e a tua pele colada na minha, talvez, pela última vez,

vez que não tivemos, pelo beijo que não tive coragem de lhe dar.

Minha covardia me fez em pedaços e fez você de mim se afastar.

Se tivesse poderes, a dor do teu peito, com as mãos, iria arrancar,

então te presentearia com muitos dias de alegria e tranqüilidade,

para assim te ver dormindo sereno em meio aos meus lençóis...

Se soubesses o quanto estais presente em mim, o quanto eu o amo,

e a falta que me faz, certamente correria para os braços meus, então

enroscar-me-ia nos teus...Criarias vínculos, talvez, eternos laços,

pois faria eu a paz caminhar contigo em todos os teus passos...