Libertação

Ai! Aquele olhar tímido

É um mar de fogo e brasas

Tal qual voar sem ter asas

Estar vivo e ter morrido

É queimar-se e sentir frio

Ver-te perto e tão distante

Ao passar tão cintilante

Tal estrela que se partiu

No horizonte num estralo

Chovem cristais de ternura

Ao olhar de quem procura

Afogado num gargalo

Consumindo corpo e alma

Num só cálice fundido

Sangue e vinho escorrido

Na mais doce e mansa calma...

Vai correndo pelas veias

O mais fabuloso encanto

Do olhar tímido de canto...

Entre atrítos e inercias

Busco em mim explicação

Pra tal amor platônico

Tão desvario tão cômico

Nele está a libertação...

(Joselito de S. Bertoglio)

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 25/02/2010
Código do texto: T2107890
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