HILDE, E SE FOR VERDADE?

Lourdes,

Óbvio que é!

Você não me é estranho, eu bem sei

Claro! Eu vivo em teus calcanhares

O seu sorriso é por demais familiar

Já nos vimos por aí de bar em bar

Suas palavras de carinho e de candura

Assoprei aos teus ouvidos com brandura

Eu as li em seus lábios e em seu olhar

Cochichei baixinho a te admirar

E foram ditas com amor só para mim

É verdade! E as disse para meu bem

Não sei se no futuro ou no passado

Amei tanto como agora no presente

Se de onde eu vim ou para onde irei

Poderei afirmar assim... Que não vacilei

Eu tenho a certeza que já a encontrei

Também estou cônscio de ter achado

Em algum instante que ficou perdido

Foi importante para ter-me conquistado

Eu sinto com delírio que muito te amei

Nem tanto quanto eu aqui a esperei

Talvez em sonho ou em pensamento

Vivi contigo meus melhores momentos

Em recordações perdidas na lembrança

Construí contigo sonhos e esperanças

Mas se eu adivinho o que tu imaginas

Saberás o que está contido em cada página

E tu consegues ler meus pensamentos

Porque é produto de apurada sinergia

Estamos sempre em total sintonia

Almas que estão uníssonas na alegria

Sem saber ao certo se já nos tocamos

Noutras vidas nós dois já nos entregamos

É muito estranho lembrar-me de ti

Ficou registrado no DNA assim que te vi

Gravada nas estrelas está a nossa história

Que é feita de sofrimentos e glórias

Dizendo estarmos unidos para sempre

E que agora confirmamos nestes versos

Transcendentes bem além do universo

Na memória genética que nós temos

Foram inscritos os nossos destinos

Vencidos nossos erros e desatinos

Fazemos parte de um sopro divino

Escolhidos com o amor soberano

Em um momento mágico e raro

Deus nos pintou em aquarela

Numa obra de arte e formosura

Do Criador Supremo para a criatura

Usando de multicores no desenho

Foi um lampejo de grande carinho

Tendo ao fundo o canto dos passarinhos

No qual Deus ao ter nos concebido

Quis mostrar a perfeição do mundo

E que pudéssemos dar o testemunho

Usando de palavras do nosso punho

E aqui estamos a reconhecer que Ele...

Foi possuído por uma grande ternura!

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes