BANQUETE DO AMOR...!


Já vim para o meu jardim, irmã minha,
Colhi a minha mirra com a minha especiaria,
Comi o favo do meu mel e bebi
O meu vinho com o meu leite...!
É certo que eu dormia,
Mas o meu coração velava
_ Eis a voz da minha amada,
Que estava batendo: “Abre-me, amado meu,
Irmão meu, amigo meu, porque a minha cabeça
Está cheia de orvalho,
Os meus cabelos das gotas da noite,
A te esperar junto a Fonte...!i!”
Eu me levantei para abrir à minha amada,
Mas já a minha amada havia se retirado,
E se tinha ido; busquei-a e não a achei,
Chamei-a e não me respondeu...!

Amigo, para onde foi a minha amada,
A mais formosa das mulheres...?!
_ A tua amada desceu ao jardim,
Aos canteiros de bálsamo;
Para se alimentar no jardim
Com a água da Fonte, e para colher os lírios...!

Eu sou da minha amada
E a minha amada é minha:
Ela se alimenta e sonha entre os lírios...!
Por favor, desvia de mim os teus olhos,
Por que eles me perturbam...!
Os teus cabelos são pretos
Como as penas do corvo
E as tuas faces como um canteiro
De bálsamo perfumado...!
Eu sou da minha amada
E ela me tem afeição...!
Já ouvi a tua voz, amada minha,
E antes que refresque o dia,
E antes que caiam as sombras
Estarei a tua espera no jardim,
Para o banquete do nosso Amor...!i!





Adaptado do Livro de Cantares








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