Letras 0948 - Viajante

Caminho sozinho a estrada do meu sol,

minha sede ainda é de vida,

o ouro deixei nas algibeiras,

as mãos estendidas pedem por segurança.

Ouço uma voz além do meu ouvido,

as palavras são mal balbuciadas,

parecia uma festa e eu sem convite,

só uma lembrança dela me acompanhava.

Troquei alguns beijos por um pouco de sal,

a luz dos olhos por um abandono espontâneo,

não me encontrei nas águas do mar,

meu mundo estava nu, meus sonhos perdidos.

Dizem que o amor para quando se ama demais,

ainda era amanhecer e já me sentia noite,

a paixão parecia ir e vir diariamente,

na minha alma um grande branco vazio tortura.

Minha pele queima ao lembrar seu corpo,

o sangue desce e sobe as veias como corredeiras,

sinto todas as ereções possíveis,

selvagem, retorno do meio do caminho.

Faço a curva e entro na estrada do desejo,

caminho suas margens traçando preliminares,

forço entradas provocando-a por segundos,

seu sexo úmido aquece rápido seu líquido.

Eufórico lembro-me do primeiro ao último beijo,

o prazer natural que nos êxtases encontramos,

um amor que nos faz viajar sol e lua,

até ao gozo que te banho oferecendo juras.

23/02/2010

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 23/02/2010
Código do texto: T2103110
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