A Resposta da tua dor

Independente o que ou a quem pensou,

Aflita, quando essa dor lhe arrancou

Palavras do fundo de tua aflição

Cortando teu delicado coração

Em pedaços que não achar-se-iam mais

Em escombros de falecidos canaviais.

Não desejo que concorde comigo

Ou que faça apenas porque lhe digo

Mas, de todas as dores lá expressadas

Vindas de tuas entranhas despedaçadas -

SENTI-AS! Todas elas, uma por uma!

Sim! Senti-as, como se fosse alguma

Lança cravada em meu peito esquerdo

E nela continha o sangue de tua dor

Que ao meu contato, acalmaria teu horror.

Junte toda tua dor com minha calma

Para que assim possa aliviar tua alma

Com carícias de alguém que lhe deseja tanto!

Não acumule-a para que exploda em pranto

Tire-a aos poucos, ou bruscamente, tanto faz...

Dê-me-a inteiramente para que assaz

A vejamos apagando-se ao céu

Para que depois ela, em um mausoléu,

A dor que causou-te tanta enfermidade -

Permaneça lá por toda infinidade!

Siamês teu, quero ser pela eternidade

Para que quando a dor tomar teu peito

Eu possa sentí-la junto ao teu jeito

Para eliminá-la sem que te machuque.

E após ter efetuado este truque

Quero juntar meu corpo ao teu fervor,

Para que este fogo ao nosso favor

Consuma nossos corpos totalmente

Em labaredas de chamas somente

Movidas pela força do desejo.

E após a tormenta, quero calmamente

Sentir tua boca na minha a qual almejo

Até termos a presença da aurora

Que melancolicamente namora

Tanto desejo exposto aos nosso olhos

Que nenhum elemento da natureza

Seria capaz de dar tanta alteza.

Quero que saibas querida pequena,

Quando a vida lhe fazer de novo esta cena

Deixe-me penetrar em teu olhar

Para que assim, com calma posso afogar

A dor que castiga-te sem ter culpa!

Mas no final, quero lembrar-te do início...

Não desejo que concorde comigo

ou faça apenas porque lhe digo!