"O Eclipse"
"...Só, com a brisa que acaricia seu rosto.
Rosto que desejo,
Conhecer-te gosto da boca que louca balbucia meus versos.
Que intimamente te toca mais profundamente que a brisa,
Que só é brisa e não brasa.
Brasa esta que me queima ao sonhar-te só.
Só, calo-me diante da sua imagem que me congela em alucinantes desejos.
Beijos,
Beijos,
Bocas.
Poética língua que afiada não corta e sim excita-te,
Só.
Grito ao meu mundo que por um segundo queria-te só,
E eternizaria este segundo em versos retintos em seu corpo.
Num Poema sobre solidão a dois,
Sol e lua num mesmo céu.
No limiar de um eclipse.
Solitários corpos no aguardo das núpcias,
A se sobrepor expondo seus gozosos desejos.
Sós em meio aos astros,
Explodindo em nebulosas e orgásticas imagens.
Onde deixaremos de ser sós para sermos um,
Únicos sobre a celeste cama..."
("O Eclipse" by Carlos Ventura)