ESPERA

Esperei por ti inutilmente,

Em cada rosto eu via num repente,

Teu lindo olhar, teu riso, teu semblante,

Mas não vieste e sem dizer o porquê,

Destruíste neste gesto todo o meu viver.

Íamos fugir para bem longe,

Viver a vida que havíamos sonhado,

Os planos todos, a nós mesmos dedicados,

Pontilhados de ventura e felicidade.

Vivendo a aventura da alegria,

Onde ninguém sequer nos conhecia,

Vida cigana, completa, sem saudade.

Mas não vieste e sem dizer o porquê,

Destruíste neste gesto todo o meu viver.

Ainda hoje choro a desventura,

De ter sonhado e não realizado,

A vida a dois que tu abandonaste.

Aquela noite permanece ainda,

Fez-se eterna, tormou-se infinda.

Pois não vieste e sem dizer o porquê,

Destruíste neste gesto todo o meu viver.

Para J.P.