É estranho

Lanço-me ao teu peito como lança louca

transpassando tua alma e beijando-te a boca,

apaixonado pelo vento inda distante do amor.

Corro os ares pervertidos de certo cansaço

e louco me admiro, e triste inda gargalho.

Tua mão, minha mão, nossos olhos...

que inda sem mar ver, vejo em ti tantos abrolhos

onde as ondas têm ânsias

e o meu coração intrépido dispara.

Lanço-me em teu peito na fúria de um medo,

mas quando eu te beijo, renasço,

como se dissesse para mim algo

encontrado nas entranhas dos nossos mais ilícitos desejos...