QUANDO OLHEI NOS OLHOS TEUS...
foi silêncio e susto
foi temporal
foi frio mortal
foi festa
riso e dor
dilacerante
espada em fio
cortante
depois silêncio
depois terremoto
e flagelo
e anelo
foi vertente
cascata borbulhante
turbilhão, maremoto
foi água e vinho
foi sangue...
foi moinho
moendo
a minha fome
incandescendo a alma
foi calma
quando olhei
naquele oceano escuro
dos teus olhos
naufraguei
lentamente
nas veredas
de profundos
mistérios...
e foi fogo
e foi danação
e foi ternura tanta
foi maré alta
foi espanto...
e enfim foi entrega
em arrepios da pele
em temporais do coração
foi suor , deslizamento
navio atracado
em porto seguro
ah, permita Deus
que eu não morra
sem ter visto estas
paragens
do teu corpo nu
dos teus apelos
das tuas mãos
tão cálidas, do
teu peito
da tua boca...
não permita...