Meu Amor Em... Nirvana!
Você, flor da vida em jardins balsâmicos,
Que em meu aveludado ninho repousa
Concheada em meus gigantes braços...
Você que eu amo e bebo os perfumes
Que em tantas fragrâncias saem de ti!
Não imagina quão grande é o prazer
Que em meu fatigado peito sinto
Quando adormecida em meu ombro
Balbucia, entre delírios, as primeiras
Sílabas do meu nome!
Beija-me agora e por mais uma vez,
Mulher amada e querida!
Beija-me minha boca e sorva a saliva
Melíflua que só flui e deságua no mar
Que faz morada em ti!
Beija-me com beijos tão longos e quentes
Que sóis nasçam faiscando estrelas cadentes
Por todo um universo onde os sonhos
Ainda esperam serem descobertos!
Agarra-se ao meu pescoço brandamente
E aos meus ouvidos sussurre uma canção
Que só você sabe compor.
Afague-me de tal jeito e tal forma
Que pedirei a Zeus que pare os relógios
Do mundo e que quebre as ampulhetas
Dos cosmos...
Que se calem os cantos dos pássaros
E que as fontes não murmurem mais.
Moveremos os montes e as montanhas
Ao simples e sutil toque de nossos dedos
Enquanto os mares bravios e invejosos
Virão beijar, em caracóis, nossos pés!
Ame-me, querida, pela última vez
E que após nossos tantos gozos
Nossos corpos se incendeiem
E se dissolvam em mil essências
E num átimo de um só segundo
Se tornem parte do ambiente
Adocicando a vida, antes cinza,
Passeando pelos campos e campinas
Silvestres; adentrando hemisférios
Celestes, até que possamos, por fim,
Entrar em... Nirvana!