O que foi tido?

Nada foi dito

Foram olhares vazios

Com mais significados do que qualquer outro

Desses que o olhar humano foi sempre bendito

E foi de observar que corriam rios

Embaixo dos olhos que motivam meu tempo morto

Eu queria te dizer

Não fique longe toda a noite

Elas são longas quentes e congelantes sem você

Agora é tarde para fazer?

Nem sei de todo o açoite

Fingido só pra tentar mudar os ares

Devoção, já ouvi chamar assim

Mas não sei se tudo é novo ao começar

Não há brigas nem conversas

Só o bater do coração

Rápido, apressado e impreciso

Cores e o mesmo passar

Seu passar por mim

Meu passar de tardes sozinho

É a estrada a percorrer

E o voltar a correr

Por onde estás

Onde fica seu cheiro

Em cada esquina que desfila teu olhar

Vem

Aproxima-te e deixe-me te dizer

És tudo e parte a mais

És parte de tudo que posso conjugar com acréscimos

Decréscimos ou diminuições?

Era o que precisava efetuar em cada segundo longe de ti

Que não seja por medo da mudança

Nosso eterno transformar

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 21/02/2010
Código do texto: T2099147