Meu Amor se banhando.

Estou pousado em meu leito

Tal qual um pássaro em espreita

Do alimento apetitoso e nutritivo.

A espera da Dona da minha vida

Que se faz vulto através da cortina,

Que acaba de desligar o chuveiro

Deixando o ambiente do nosso banheiro

Exalando perfumosas essências

Femininas.

O liquido lhe prateia o corpo inteiro

E certas gotículas que usam de abusos

Para percorrer aquilo que é meu,

(Que adoro como se fosse um deus)

Bailam como bailam os bailarinos russos.

Os cabelos caindo em novelos de negrura

Fazendo mais belos os finos e alvos ombros

Que saltita meu coração e quase me assombro

Quando percebo os púbis colorando a cintura.

Vem toda movimento e toda formosura

Olhos me envolvendo como rios ou fumaça

Que chego a sorrir, achando graça

Quando o meu nome não diz: Sussurra.

Roça minha derme em sutis e libidinosos

Gestos

De uma tal forma e de uma tal maneira

Que, meus amigos, eu confesso,

Foi muito gostosa a nossa brincadeira.

Foi um ranger de dentes e ranger de cama

E um vai-e-vem malicioso e tão divino

Que vi, por ali, anjinhos nos assistindo

Se delibando com dois corpos em chamas

Se entrecortando em sensações novas e loucas

Que vi um anjo tampando os olhos e a boca

Com vergonha e para esconder o sorriso.

Sem pudor e isentos de todos os pecados

Nossos corpos amarrotando pêlos e lençóis

Numa cena mágica que digo que dois arrebóis

Não produziriam espetáculo tão fantástico!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 20/02/2010
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