PALHAÇO ANARQUISTA

Acendo um cachimbo perfumado

fumegando o sol no azul sem fim,

deslizo o lápis no vazio

pendurando um planeta no silêncio triste

bato palmas no abismo

e recebo a nudez toda fêmea d'um querubim,

assim costuro o rasgo no céu

e fecho o sonho só p´ra tigo e p'ra mim

Acendo a luz no quarto de brinquedos

de uma casa que nunca existiu,

faço dos óculos escuros uma bicicleta

e pelos telhados levo numa caixa o lago sereno

do meu amor por ti

Porque de tudo o que resta

dizer do amor sem rodeio,

prefiro desenhar pela voz um balão

e vestido de palhaço anarquista

pendurar lanternas mágicas nuvenglitterias

dos meus olhos emocionados por ti