VIDA BENVINDA
Menina de alma cravejadas de brilhos,
passos que norteiam minhas pegadas, minhas mamadas.
Nos teus olhos vou untando os recantos da minha alma,
como se arrebatasse do céu o que ele tem de mais vivo, mais bonito.
Gosto de ver-te desnuda de medos, sem arestas nem palanques,
gosto de ver-te submersa nos meus pensamentos feito sonho arredio,
gosto de ver-te à deriva como o se o mundo não quisesse mais caminhar.
Dentro das tuas veias eu esqueço de mim e a que vim,
dentro da tua saliva eu desperto o que nem ainda coloquei pra dormir,
dentro da tua dança eu dedilho as melodias que sempre quis fazer, e nunca fiz.
E assim, descompassando os desejos como festim arrebatado e não vencido.
refresco os senões e desvios que outrora se fizeram donos do mundo,
deporto cada porão encardido que trago embebido nos meus dias e, então,
fui dormir.
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