VIDA BENVINDA

Menina de alma cravejadas de brilhos,

passos que norteiam minhas pegadas, minhas mamadas.

Nos teus olhos vou untando os recantos da minha alma,

como se arrebatasse do céu o que ele tem de mais vivo, mais bonito.

Gosto de ver-te desnuda de medos, sem arestas nem palanques,

gosto de ver-te submersa nos meus pensamentos feito sonho arredio,

gosto de ver-te à deriva como o se o mundo não quisesse mais caminhar.

Dentro das tuas veias eu esqueço de mim e a que vim,

dentro da tua saliva eu desperto o que nem ainda coloquei pra dormir,

dentro da tua dança eu dedilho as melodias que sempre quis fazer, e nunca fiz.

E assim, descompassando os desejos como festim arrebatado e não vencido.

refresco os senões e desvios que outrora se fizeram donos do mundo,

deporto cada porão encardido que trago embebido nos meus dias e, então,

fui dormir.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 20/02/2010
Reeditado em 20/03/2011
Código do texto: T2097029
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