alaranjado

seu coração sao minha noites ainda

Não a tenho mais

Mas tenho o seu reverso

Seu lado negro ( que é nada mais do que as fantasias que crio dos possíveis encontros)

Tenho anos de vivências

vivências não vividas na verdade

Tenho sua ausência que já era ausência naqueles anos

Mas não tinha um corpo – estava tudo bem!

Eu tinhas seus dias

E suas noites descansavam numa floresta secreta

Descubro agora

já meio tarde os cantinhos de suas estrelas

os dias so revelam o tamanho do mundo que consigo ver

o que está adiante é a noite

o horizonte é o homem mas forte do mundo

Os deuses moram na beira do rio

“vá no escuro, filho, e só pare quando encontrar uma pedra”

quero alcançá-la,

Agora pela noite

Pelas entranhas

Pelo escondido

Esse mundo é selva

Sempre silenciosa

Ainda quero chegar alguem lugar...

De vez em quando me assusto...

Vou buscar seu coração nos mais profundas fendas da noite

Lugares não revelados que ficam branco de vez em quando

Que quase sempre não nos dá nada

Só mais esperança até a próxima fenda

O horizonte está sempre me fugindo

Não sei se tem algo errado em buscar um coração

Mando sempre noticia aos que ficaram

Uma carta

Uma poesia

Uma visita sincera

Meu amor se perdeu

Ou eu me perdi

Já nem me lembro mais quem tem razão...

O tempo agora é inocente

Uma criança que brinca num rio de areia...

Perdeu-se do resto dos acontecimentos

Tudo acontece sem que o tempo tenha conhecimento

Se não encontrar o coração

Quero pelo menos o porque

De tanto frio nessas noites tão bonitas....

E se eu me retirasse desse lugar?

Não poderia porque uma estrela não cabe ainda no coração que tenho...

Vivo nas entrelinhas das conversas

Nas sutilezas dos encontros

Na parte que não foi dita

No esquecido

Esse lugar de minha casa é essa noite

Que as vezes confundo com o coração de minha amada

nas noites eu também posso ser bicho