CANDEEIRO

Sentir amor dói.

Pensar amor destrói.

Brinca a criança, cai.

Desfazer a mala é chegar, vai.

A noite inteira sono que não veio

Candeeiro aceso, enfiar agulha.

Roupa rasgada, botão solto sai.

Minhas idéias, minhas razões,

Fluem indecisas minhas canções.

Do abismo faço meu muro

Da inveja nada, eu não engulo.

Antes da chuva o vento

Depois da dor o alento.

No céu de todos os verões

Quebram-se vários corações.

Não quero flores,

Desde que haja flores.

Não quero amores.

Desde que haja amores.

Mesmo que tudo mentira seja

E no seu sonho confuso veja

Procuro na chama do candeeiro

Seu ser que seja verdadeiro.