Conheça

Quando não há quem apanhe

de sua moral e razão no instante

que te toma o amor as veias

passeia, amor, passeia

pela insandecida vontade do beijo

pelos dedos obscuros, pelos manejos

das carnes endurecidas de vigor

Amor casto esse

que domina até as santas

as puritanas, as vigilantes

que preces fazem tantas

para que esqueçam-se dos amantes

Casto porque é vil,

vil porque é humano...

no que é natural, meu caro,

não há engano,

nem há ardil...

Sei que não há quem ganhe

de sua moral e razão no instante

que te toma o tesão as meias

passeia, amor, passeia

pela desconfortável necessidade do toque

dos dedos espertos, vadeia,

nas dobras amolecidas de calor...