CAMINHADA
Temos nossos destinos já definidos,
alguns amargos, outros irradiantes,
estradas para percorrer com beiradas floridas,
córregos saltitantes correndo até ligeiros,
e quando bater o cansaço mitigar nossa sede.
Horizontes indefinidos, quase uma miragem,
longe, longe, um caminhar que nos atropela,
pois pedras pontiagudas ferem pés cansados,
e quando surgem obstáculos intransponíveis,
choramos nossas dores e temos que ceder.
Deixamos para trás então as adversidades,
procuramos caminhos cobertos só de flores,
mesmo que o outono desnude os seus caules,
pois as árvores entram na estação da letargia,
aguardando em repouso a primavera que virá.
É o tempo que os corações entram em ebulição,
pois a primavera é convidativa para o amor surgir,
e a caminhada se torna macia qual pétalas de rosas,
é só percorrer que os perfumes serão indicativos,
e lá na frente um novo presságio de vida surgirá.
Não terá ranhuras e as amarguras cessarão,
pois quando o amor lança presságios de ternuras,
é só buscar que horizontes lindos se avistarão,
e a caminhada suave termina em doces formosuras,
no entardecer sereno quando o sól se pôe a descansar.
Nossas vidas tem limites que devemos respeitar,
algumas ásperas e com caminhos tortuosos,
outras porém agraciadas por dádivas generosas,
devemos caminhar derramando fluidos de amor,
para que se torne suave e podermos desfrutar.
17-02-2010