Quando se ama há esperança

Te acompanho desde que era menino
E que triste estava sendo seu destino
Sempre conversamos de lados opostos
Dizia-me continuamente que não tinha jeito
Falava de tantas coisas, de seus sonhos e desejos.

Procurava lhe dar atenção
Dentro de meus limites lhe estendia a mão
Seu sonho era sair deste mundo o qual se encontrava
Mas sempre dizia que não conseguia por mais que tentava

Sua história de vida era complexa
Sem pai, abandonado foi toda infância
Conheceu as drogas ainda quando criança
Mesmo dependente, deixá-la tinha esperança.

Mesmo que pouco tempo dispunha, mas em muitos momentos 
Colocava  com clareza seus sentimentos
E deixava claro quais seus pensamentos
Transparecendo a essência que se guardava por dentro

Foram anos e mais anos atrás das grades
Uma adolescência vivida de paginas brancas viradas
Uma história contada em preto e branco
Ilusões, fantasias, mentiras e desenganos
Anestesiava nas drogas como refugio da dor
Da extrema falta e negação de amor.

Hoje lhe vejo nesta casa sorrindo
Com aquele olhar de esperança, um outro menino
Mesmo sendo um jovem adulto
Que viveu por longo período de luto.
Agarra a oportunidade que Deus lhe deu
E recupere o passado que perdeu.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 04/08/2006
Reeditado em 04/08/2006
Código do texto: T209151