Poema 0774 - Minha loucura

Deixem-me com minha loucura, admito-a,

sei seu nome e não o meu,

do amor, amo como nenhum outro,

até o horizonte apagar quando o sol vier,

tudo meu, dedico a quem amo.

Sou um mercador de sentimentos,

revendo noites de amor,

alugo lua, sol, estrelas e até nuvens,

tudo muito simples, mas colorido,

paixão perfeita, é quase impossível, também alugo.

Tenho pedaços cegos no meu passado,

tenho pedaços cegos no meu futuro,

tenho pedaços presentes no meu hoje,

o sorriso é o espelho da felicidade que carrego,

as mãos são como asas, segura as tuas, voamos.

Hoje tenho amor e loucura, por amor sou o louco,

um homem completamente normal e louco, sim,

inofensivo como a pimenta derramada em uma mesa,

nos olhos, é como paixão correndo sangue afora.

É, sou louco, amor feito paixão apimentada.

Não sou remédio para os dias de solidão,

não sou alimento para uma boca vazia de palavras,

sou alma, sentidos, caminhos e metades,

tenho todos os lados da vida, metades incompletas,

até que a juventude volte ou algum Deus me leva de vez.

Voltarei quando estiver um pouco mais controlado,

quando meu sangue correr devagar, sem paixão,

quando o amor tomar conta da alma e depois,

vou devagar deixando minhas loucuras,

até um dia, um sol, uma lua, uma mulher, eu amo.

04/08/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 04/08/2006
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