Nunca dá certo

Tira-me da mão até o pão da rua,

o vinho que já tragaste na vida tua,

as lágrimas agridoces que já derramaste,

mas jamais um beijo dado por ti em minha boca.

Tira-me do olhar, por pouco tempo, o amor que eu vejo em teus olhos,

mas traze-o logo de volta ao cerne de minh’alma,

pois nele de ti nada se acaba,

antes tudo se renova em um amor novo.

O destino é incerto e eu vejo isso.

Cá dentro de mim faz seu abrigo,

doa e toma, morde e sopra...

e quando penso ter-te ao meu lado em alforria,

sinto a carne arder, tal prisão de uma longa saudade.