ÁGUAS

Queria sonhar-te

no sonho oceânico da chuva.

E no silêncio da noite redescobrir

os teus canteiros encharcados

de dor, amor e penumbra

enfermos de estrelas

e de ventos desesperados.

E como acolher o pássaro molhado

levar-te ao peito e como gruta

ser teu último telhado

para que os céus me revelassem

com essas espadas marinhas

que entre tanta noite e tanto mar

as águas foram só minhas.