À OUTRA
A nossa história clandestina muitas cenas assistiu;
Do que o destino ofereceu e permitiu só pra nós dois e ninguém mais;
Somente o vínculo amante seria capaz de acatar o que a vida nos serviu;
Pois tudo que a moral nos proibiu, tornou-se o prazer de nossa paz!
Eu fiz alarde no calor de numerosas promessas;
E disse que agiria às pressas para nos tirar das sombras;
Citava o exemplo das ondas para não estar presente nas festas;
Aparições incertas, sob o terror de eventuais rondas!
Publicamente dois atores, amantes na intimidade;
Nas esquinas da obscuridade, discursos de esperança;
Um jogo cheio de desconfiança, refém de sua saciedade;
Um misto de crueldade com ingenuidade de criança!
Agora passa a ser um porto que ampara essa navegação;
Seguro em tua mão e nos teus olhos digo o que teu coração não quer;
Não vou honrar a tua fé, desfaça as malas e esvazie a emoção;
Peço perdão, mas meu lugar é com minha mulher!
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