Corsário

Não sou um simples corsário do mar revolto

Busco nas calmas águas do seu mar a paz

E no seu concreto corpo de poesia a beleza

Envolto no enlevo de seus relevos e curvas

Nas ondas em que navego insano e abrasivo

Busco o encanto entre espaços e fendas

A vida sob o canto lírico do teu marejar...

E a luz que emana da dança dos corpos nus

E, na transcendência desse oceano, me envolvo

E navego na desordem desse corpo que lateja

E desvendo, pirata, segredos à luz de vela

Riquezas esquecidas, adormecidas no tempo

Sou corsário que explora teu oceano humano

Cujas riquezas agora são apenas interjeições

Sem pedra preciosa, apenas seu olhar marrom

E a promessa silenciosa do teu corpo nu