O Planeta dos Anjos (à minha vertente genética)

“Não fazes a mais pequena ideia…”

Do que sou

Do que sinto

De ter nascido

E aprender a sair

Duma espécie de labirinto

De ter mil sois

Mil sonhos a brilhar dentro de mim

Sublimados quando te amo

Transformados em pesadelos

De um alcance medonho

Quando as sombras

Ameaçam se sobrepor a esses sonhos

Desprovido

De uma letal e instintiva

Forma de agredir

Uma qualidade imperiosa

No mundo onde vivemos

E assim

Tive que construir garras

Para ferir

Em último caso

Tive que construir muralhas

Para me proteger

De gente canalha

Tive de preservar o meu espírito

A forma genuína de estar

Tive de aprender

As vozes infames

Desprezar

Assumindo

Num eterno sorriso

As minhas asas

Rindo

Mesmo de quem me recusa entender

Sem o saber porque

Só porque a diferença

As arrepia

E a diferença querem incinerar

Numa espécie de holocausto

Que é onde essa gente vive

É onde essa gente costuma vegetar

Não viver

Porque pessoas assim não vivem

Fazem que vivem

Na ilusão da sua grandeza

Pois quem vive realmente

Somos nós

Que fizemos da força

As nossas fraquezas

Genéticas

Ou sociais

E eu Amo-te

Pois sei quem sou

Para onde quero ir

Sei a dimensão

Dos meus sonhos

Das suas limitações

Que é o que está para além das Estrelas…

E assim vivo entre dois mundos

O nosso

E o meu

O planeta dos Anjos

Onde vou

Cada vez

Que preciso

De um absoluto descanso…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 10/02/2010
Código do texto: T2079308
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