O Planeta dos Anjos (à minha vertente genética)
“Não fazes a mais pequena ideia…”
Do que sou
Do que sinto
De ter nascido
E aprender a sair
Duma espécie de labirinto
De ter mil sois
Mil sonhos a brilhar dentro de mim
Sublimados quando te amo
Transformados em pesadelos
De um alcance medonho
Quando as sombras
Ameaçam se sobrepor a esses sonhos
Desprovido
De uma letal e instintiva
Forma de agredir
Uma qualidade imperiosa
No mundo onde vivemos
E assim
Tive que construir garras
Para ferir
Em último caso
Tive que construir muralhas
Para me proteger
De gente canalha
Tive de preservar o meu espírito
A forma genuína de estar
Tive de aprender
As vozes infames
Desprezar
Assumindo
Num eterno sorriso
As minhas asas
Rindo
Mesmo de quem me recusa entender
Sem o saber porque
Só porque a diferença
As arrepia
E a diferença querem incinerar
Numa espécie de holocausto
Que é onde essa gente vive
É onde essa gente costuma vegetar
Não viver
Porque pessoas assim não vivem
Fazem que vivem
Na ilusão da sua grandeza
Pois quem vive realmente
Somos nós
Que fizemos da força
As nossas fraquezas
Genéticas
Ou sociais
E eu Amo-te
Pois sei quem sou
Para onde quero ir
Sei a dimensão
Dos meus sonhos
Das suas limitações
Que é o que está para além das Estrelas…
E assim vivo entre dois mundos
O nosso
E o meu
O planeta dos Anjos
Onde vou
Cada vez
Que preciso
De um absoluto descanso…