Caminheiro

Abre-se outra manhã de sol

Rompendo a cortina da inverdade

Desponta-se fulgor, no campo

E na cidade, no canto chora

O velho ao lembrar-se da mocidade.

Nuanças logo se revelam clareiam

Meu pensamento; ouvem-se gritos

De meninos, que mais parecem

Misteriosos lamentos.

De pé em pé a bola vai rolando

Qual esperança de quem está amando,

No mar chora-vinagreira, no solo

A poeira levemente levantando.

Canto de guerra ou de paz tanto faz

Vive-se atormentado, mas a vida

Se renova, vivi-se assustado

Por idealizados estrondos e insólitos vendavais.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 10/02/2010
Reeditado em 10/02/2010
Código do texto: T2079136
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