Caminheiro
Abre-se outra manhã de sol
Rompendo a cortina da inverdade
Desponta-se fulgor, no campo
E na cidade, no canto chora
O velho ao lembrar-se da mocidade.
Nuanças logo se revelam clareiam
Meu pensamento; ouvem-se gritos
De meninos, que mais parecem
Misteriosos lamentos.
De pé em pé a bola vai rolando
Qual esperança de quem está amando,
No mar chora-vinagreira, no solo
A poeira levemente levantando.
Canto de guerra ou de paz tanto faz
Vive-se atormentado, mas a vida
Se renova, vivi-se assustado
Por idealizados estrondos e insólitos vendavais.