Milagres dos tempos

A voz que vem vazia varando o grotão

Voeja meu pensamento à imensidão

É o tilintar dos pássaros, vai quebrando

O silêncio, que arranca em outra direção.

O uivo seco do vento amarrota sonhos

Meus, sem o mínimo de fé pode-se dizer

Ateu, o canto lírico da Araponga

É tão suave que se parece com o seu.

Ligeiro anda o Catatau apesar das pernas

Curtas, o lírio o campo enfeita, laranja

Não se rejeita porque a secura furta.

O pensamento voa se a beleza é curtida

Quem tem um amor tem estabilidade

Bondade que pediu na vida.

Canta, canta minha gente que o Carnaval

Já chegou quem sambou nessa avenida

Deve ser feliz da vida, teve tudo que sonhou.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 10/02/2010
Reeditado em 10/02/2010
Código do texto: T2078984
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