Milagres dos tempos
A voz que vem vazia varando o grotão
Voeja meu pensamento à imensidão
É o tilintar dos pássaros, vai quebrando
O silêncio, que arranca em outra direção.
O uivo seco do vento amarrota sonhos
Meus, sem o mínimo de fé pode-se dizer
Ateu, o canto lírico da Araponga
É tão suave que se parece com o seu.
Ligeiro anda o Catatau apesar das pernas
Curtas, o lírio o campo enfeita, laranja
Não se rejeita porque a secura furta.
O pensamento voa se a beleza é curtida
Quem tem um amor tem estabilidade
Bondade que pediu na vida.
Canta, canta minha gente que o Carnaval
Já chegou quem sambou nessa avenida
Deve ser feliz da vida, teve tudo que sonhou.