A VISITAÇÃO NOTURNA

Quando rolares sobre a cama em pleno auge da inquietude;

Vendo que o sono já não ilude a fogueira sobre tua pele;

A solidão ali te repele e a volúpia não te alude;

Para o bem de tua saúde, vai à tua porta e me recebe!

Então contemplas um contorno desenhado na penumbra;

E a curiosidade profunda te induz a se aproximar;

O teu olhar consegue me identificar e a ofegância se aprofunda;

Meu beijo cheio de ânsia te inunda, quando a nudez do corpo meu ao teu se recostar!

Não haverá retórica e nem sentença a ser pronunciada;

A lua prateada terá vontade de nos assistir;

Te amarei exatamente ali, com aflição esfomeada;

E te farei mulher realizada, conforme sempre pretendi!

Antes do sol comparecer eu me retiro sem nada te dizer;

O que não há de entristecer o teu semblante de satisfação;

Prosseguirá minha visitação no teu lembrar a se perder;

Que tentará me refazer noutras noitadas de tua solidão!

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