Nossos carnavais...
Da novidade, um gesto.
Tua fruta amadureceu minha árvore
antes mesmo que meu amor morresse.
Esse sorriso astuto dos teu olhos mergulha em meus lábios
antes que eu te decifre a alma e devore teus sentidos.
Por que és assim, desse jeito estranho?
Não és de lata ou de estanho, és de bronze!
Teu nome é fogo e reluz nas brasas dos teus devaneios,
um pouco abaixo dos teus seios,
os que eu amo, dos que eu gosto.
Vou morar em teus braços e sentir tua pele.
Estão em ti a morada dos meus deuses,
a luz dos meus afagos e a dor dos meus medos.
Onde fores eu irei também,
mesmo que lá não more mais ninguém e tu pouco me queiras.
O meu amor é incondicional.
Sou esse doce animal que se reinventa todos os dias,
buscando no apocalipse dos versos a pureza da alegria
e em ti o mais pacato carnaval de uma noite enluarada!