Magia

De certo seria eu ingênuo se dissesse

Que o mundo é pequeno diante

Do amor que sinto, ignorasse a grandeza

Das palavras no universo do poeta, o brilho

Do sol na serenidade das manhãs, o sopro

Do vento sobre a areia da praia,

A ingratidão dos que ceifam vidas,

Dos que não amam se não forem amados.

Mais ingênuo ainda eu seria se confiasse

Plenamente nos homens, na estática

De seu pensamento, no seu sentimento

Diante da incerteza e na eternidade

Da beleza com o passar do tempo.

E pródigo eu seria se dissesse a primeira vista

Tudo o que sinto e penso ao desconhecido,

Acreditar sim na força do amor, na transformação,

Na unissonância entre os casais,

No sincretismo da fé que remove montanhas.

Ah, esse sol que a pele queima; a criança que teima,

O adulto que a sua bonança procrastina, do ser

Que extermina, tendes piedade Senhor, porque eles

Estão errados, amarrados em si mesmos pela

Ganância desenfreada do materialismo, abismo

Da sinceridade e do sonho mágico de ser feliz.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 09/02/2010
Reeditado em 09/02/2010
Código do texto: T2077359
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.