E Tu…? Sabes realmente quem Sou…?
Nas Amarguras
No gesto suave
Mas também seco
Com que te tento levantar
Cada vez que cais
Depois de eu te avisar…
Nas lágrimas negras que deito
Quando a vida
Não me corre a preceito
Demonstrada em palavras
De irrepetível paixão
Que deito à rua
Para ninguém as apanhar
Para que se dissipem no chão…
Na crueza
Pura e nua
Despida de lirismos
Quando me apercebo
Que não aceites a oferta
Da minha alma
Poder ser tua…
Em coisas
Que não possuem uma explicação
Dado eu não querer
Que ninguém
Mas mesmo ninguém
As possam perceber
Coisas que são o meu maior tesouro
Que defendo
Com uma insuspeita ferocidade
Coisas intocáveis
Pois se forem alcançáveis
Perderão o seu estatuto
Que quero que dure uma eternidade
Coisas que nunca partilharei contigo
Mesmo que um dia
Os dois podermos ser um
Coisas pequenas
Que juntas
Formam parte da minha personalidade
Coisas
Que eu não temo
Mas coisas
Coisas a quem ninguém dou
E depois de me mostrar a Ti
De te dar quase tudo
De ser tão transparente
De ser ao mesmo tempo
Calmo
E ardente
E Tu…? Sabes realmente quem Sou…?