Não Me Esqueça

Não se esqueça de quando brincávamos naquela fonte,
Que já de tão antiga não jorrava água, das folhas dentro
Dela, que jogávamos um no outro, estávamos juntos, nada
Mais importava, lembro-me da calma com que me beijava.
 
Lembra da oliveira que me deste? Eu a plantei na margem do
Ribeiro onde pela primeira vez nos amamos e fomos felizes,
Partis-te dizendo que um dia voltava, até hoje te espero!
Com o mesmo amor e carinho, ainda te desejo e te quero.
 
Hoje à sombra dela, percebo a falta que você me faz,
Limpando a poeira do tempo, releio em se caule retorcido
Nossos nomes, o anjo e o coração que desenhamos,
A força e a simplicidade do amor com que nos amamos.
 
Em tempo de florescência suas folhas minam óleos,
Parecendo com as lágrimas que hoje se vê nos meus olhos,
Mergulho no destino como quem pode contar os dias de vida,
Por meus sonhos e realidades, tenho a esperança já perdida.
 
Te amo e por isso, pareço ser alguém sem direito a felicidade,
Que busca compreensão na sombra da árvore que plantou,
Alguém que se perde em lembranças surreais, que te procura,
Encontra e vive a te perder, extremando o amor com intensidade.
 
Não me esqueça, te peço! Deixa-me viva em teus pensamentos,
E trago em meu peito a imagem da oliveira junto ao ribeiro...
Se o tivesse de novo em meus braços, nunca te deixaria partir,
E na eternidade, nosso amor renasceria e não iríamos nos despedir.
 
 
                                                      A Oliveira vive mais de dois mil anos e este Ribeiro não seca