O Rei da Selva
Estive a sonhar
O fogo a queimar
O carvão aceso na noite
A fagulha do coração
Seu corpo a me abraçar
Nua
Sua
O descanso ao luar
Do cobertor branco
Verde o mar
Verde o seu olhar
Mesmo na escuridão da noite
As esmeraldas plantadas no rosto
Garimpadas em agosto
Da sua existência
Um felino caçado
Nas ruas do Rio
Solto, sem laço
Escorregadio
Quero te dar
Mais que meu gozo
A se espalhar no coito
Mais que essa aventura
Confusa de verão
Quero o carvão
A incendiar a brasa
Do seu coração
Quero te amar
Com a brisa da tarde
Com a lua amarela
Das manhãs de domingo
Quero abrir uma fresta
Da janela do seu caminhar
Penetrar
Na cortina lacrada
Do seu mar amar
Quero ser a princesa perdida
Na sua imaginação delirante
Resgatada
Pelo meu cavaleiro andante
Quero o Rei da Selva
Manso
Nos meus braços
A caçar o amor
Na minha cama
Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 2005