Noite de amor
Quando seus olhos sobrepõem meu corpo,
mostram-me mundos distantes nas formas das cores,
borbulham sobre a cama no gozo que me transformo,
um sim, sem promessas de tantos hoje(s) por amanhecer.
Negritos em carmim descrevem os sons,
tantas são as cores, suas formas são únicas em mim,
toma meu corpo na alma que levou e soma ao que sou,
personificando luzes que dissipam as sombras do sim.
Mais um beijo alimentando o desejo,
o ponto do encontro, o sabor na boca que diz paixão,
por fim nos possuirmos, meus sonhos já lhe dei,
todos eles levam tatuada a imagem do amor.
Mais um abraço aquecendo os corpos
no nu do encontro há muito esperado
e o olhar dizendo da liberdade de querer,
aos olhos que mostram a alegria de sentir-se amado.
Movimentos, abraços, beijos,
entrega total na cama que registra o momento,
o som, a luz, os mundos que surgem libertando,
por fim os amantes em total desprendimento.
Planetas, estrelas, galáxias todas,
nos recebendo no teto do quarto onde somos o firmamento
e o gozo, juntos, alcançando a supremacia dos corpos,
onde as almas só querem se amar.
E o despertar, mais uma manhã, o sol nos convida
e nos abraça na vida que canta o recomeçar,
seguimos nossos caminhos, por trilhas, ruas,
avenidas muitas vezes desconhecidas.
Somos o reinicio, o tema contrito da lucidez que teima
em se instalar sobre a insanidade da certeza
de saber que mesmo distantes,
somos unos nesse eterno caminhar.
20/07/2006