TREM dos SONHOS
Esta noite eu tenho que morrer.
Todo sentido é vago.
esta noite eu tenho que morrer,
o nada, enfim! penetrado.
Aonde quer que eu vá
levo a saudade infinita pelo
seu amor, criança da ousadia,
a vida passada me acompanha aonde for.
Coisas estranhas acontecem ao nosso redor,
assassinos espreitam, como festejar
os nossos crimes deliciosamente impunes,
se há olhos escondidos nos quadros que farejam o nosso amor?
O trem dos sonhos abandonados parte
uivando a tristeza dos esquecidos,
é hora de afagar o cão da morte
e descer as escadas, nunca mais o riso nem o abraço,
nunca mais o feitiço nem tampouco o atalho,
criaturas de hábitos noturnos aguardam a chegada,
não é hora de atraso, diga aos meus amigos
para fazerem em minha honra uma grande farra.
Quando o sol aparecer feche o túmulo
e deixe cravado na pedra
o punhal do meu sorriso
se desfazando em chamas,
depois dos limites a fantasia é passada